O corpo não me tem pedido para escrever. À noite, quando o silêncio finalmente se instala, deixo-me envolver pelo cansaço, fecho os olhos e adormeço. E aí fico, dentro do frio que me envolve por dentro, encolhida e frágil à espera que chegue o momento. Chegará o instante, pensava eu...
27 de abril de 2009
À espera
O corpo não me tem pedido para escrever. À noite, quando o silêncio finalmente se instala, deixo-me envolver pelo cansaço, fecho os olhos e adormeço. E aí fico, dentro do frio que me envolve por dentro, encolhida e frágil à espera que chegue o momento. Chegará o instante, pensava eu...
20 de abril de 2009
Amor numa gaiola
Há pássaros que querem levantar voo, e não conseguem. Não estão presos, o céu está livre, nada os impede de voar. Mas ficam parados, como se não tivessem asas, ou a terra os hipnotizasse. Não precisam de gaiola; podemos abrir portas e janelas: o seu lugar é onde estão, e hão-de ficar.
Mas os dedos que tocam o seu corpo frágil sentem uma hesitação; e os olhos que os fixam adivinham o desejo de se libertarem. Porém, estão imóveis. São os pássaros que não conhecem Outono nem Inverno, os que não sabem para que lado fica o horizonte, os que nunca roçaram o dorso das nuvens.
Tenho estes pássaros na cabeça; e mesmo quando lhes abro o campo do poema, não saem de dentro de mim, ensinando-me o seu canto. Hoje, como naquele tempo, continuo a não entender. E mais prisioneira me torno. Como pode o amor trair o amor? Engaiolei-me nessas grades invisíveis, numa espécie de sintonia de equilíbrio, desiquilibrado.
17 de abril de 2009
Physalis
No Brasil o Physalis é utilizado como tira-gosto em degustações de vinho. Mas o alto teor de vitaminas A, C ferro e fósforo conferem-lhe propriedades medicinais importantes como purificar o sangue e fortalecer o sistema imunológico. Chamam-lhe camapum, joá-de-capote, saco-de-bode, bucho-de-rã, bate-testa e mata-fome. Mas mesmo assim, é impossível resistir-lhe.
Eu chamar-lhe-ía fruto da paixão.
O Fartura
Nos desacatos com a avó, soltava para o ar uns "Tal tá a porra, heim!?" e outros "Ah, fado dum cabrão!" enquanto descascávamos favas, partíamos amêndoas, britávamos azeitonas , ou depenávamos passarinhos. Mas tinha um coração enorme e, apesar de não ser do género de andar sempre aos beijinhos, tinha no olhar um brilho indescritível quando nos presenteava. Os presentes que recordo com maior carinho são uns patins, (devia eu ter uns três anos) e o órgão que orgulhosamente me ouvia tocar no "Faducho".
16 de abril de 2009
15 de abril de 2009
Palavras para quê!
A mim leva-me sempre às minhas origens, aos encantos dos recantos da terra onde nasci, e que avisto da "ponte nova" com uma vaidade crescente cada vez que lá vou.
Mas depois, cada vez que regresso a Lisboa me sinto mais entregue à grande cidade. Como se também aqui tivesse criado raízes, já que aqui tenho vivido.
E tenho medo de já não saber onde pertenço. Fico meio perdida no meio dos meus sentimentos. Em silêncio.
Vida, leva eu...
Gosto disto de se puder usar tudo. Não tenho um estilo definido. Sou assim com tudo. Gosto de escolher o que me apetece, o que melhor combina com o meu estado de espírito. Sabe-me a liberdade. De vez em quando tenho vontade de não ceder à tentação de fazer o que realmente desejo num determinado momento.
5 de abril de 2009
In Love with...
3 de abril de 2009
Sapatos
Ali pode ler-se por exemplo, que os meus brinquedos favoritos ainda antes do primeiro ano de vida eram: sapatos e a caixa de ferramentas. Não sei explicar a origem de tal preferência, mas se é verdade que com o passar dos anos as "ferramentas" foram dando lugar a acessórios da mais variada índole (culinários, de limpeza, de moda, beleza, médicos, terapêuticos) já o mesmo não se pode dizer relativamente aos sapatos. Essa paixão permanece e está para durar.
Não me considero uma fashion victim, uma esbanjadora ou uma consumista nata, mas a verdade é que sou capaz de resistir a tudo em termos de moda excepto a um par de sapatos que me encha as medidas. Sou uma observadora particularmente atenta ao tipo de calçado que as pessoas usam, e acredito que ele revela muito do carácter e personalidade de cada um.
No topo das minhas preferências estão: botas e sandálias. Elas assumem o meu elo de ligação à esfera terrestre, o principal ponto de contacto com o solo e, nunca é demais relembrar que apesar de tudo, bem ou mal, também os meus pés assentam no chão! De salto alto, bem alto de preferência, a cabeça fica ainda mais perto das nuvens, e assumo aqueles centímetros que a natureza teimou não me dar, como se da minha própria medida se tratasse. Não que seja baixa para a média, mas confesso, queria tanto ter crescido só mais 5 cm!