27 de abril de 2009

À espera


O corpo não me tem pedido para escrever. À noite, quando o silêncio finalmente se instala, deixo-me envolver pelo cansaço, fecho os olhos e adormeço. E aí fico, dentro do frio que me envolve por dentro, encolhida e frágil à espera que chegue o momento. Chegará o instante, pensava eu...

Mas o silêncio de esperar inquieta-me a alma e, às vezes, quando acordava ou o sono se diluía em exercícios mentais mais ou menos conscientes, sentava-me à secretária para acertar contas com o tempo. Não me lembro ao certo dos pensamentos que tinha, mas a verdade é que, assim que acordava, pensava em ti. Depois, aí ficava, com o olhar fixo em nada, como se estivesse fixo num horizonte. Inerte e indiferente à passagem dos segundos, dos minutos, das horas.

Naquelas noites o corpo pedia silêncio e que apenas deixasse o tempo passar. Eu cedi. Fiz-lhe a vontade. E não me vieste visitar. Hoje tenho um corpo que não se cala, ainda que eu o silencie. Trago uma canção no corpo, devia ser pra ti.

2 comentários:

  1. que nostalgia sissi,liberta a tua canção.carla

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  2. então não à (é sem h pq não há, se houvesse já era com h!) mais posts neste blog??? já lá vai um mês???
    BM

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