2 de setembro de 2011
The WAY
To the right where nothing's left...
to the left where nothing's right...
There's only one thing for certain.
What we regret more is the chances we never took.
I'm living on my way.
It's not right or wrong. It's the WAY.
10 de agosto de 2011
A Bruxa e o Sapo
E então penso que também ele, ao espreitar-me, vislumbra a bruxa, que não o mima, e que também ele me vigia mórbida e atentamente, e me vê com um olhar que não conhece, parecendo que nem uma gota de amor corre no meu sangue de feiticeira, que em tempos o encantou disfarçada de princesa.
No terror de nos perdermos e porque todo o sapo deseja ser príncipe e toda a bruxa princesa, procuramos sofregamente nas profundezas dos nossos corações, a fórmula química que sirva de antídoto à nossa condição.
E então, mesmo disforme, maligno, sem alma no olhar, volta a ser perfeito, amoroso, atraente e inspirador, transformando-se novamente no meu príncipe encantado. Enquanto eu, feia, madrasta e azeda, me converto na sua idealizada princesa doce e encantadora para sempre.
Assim acontece muitas noites em que os nossos sonhos são eternos até de manhã, quando ao acordar e ainda estremunhados, procuramos o contacto viscoso do batráquio com o frio medonho da bruxa.
27 de julho de 2011
Spider's Web
Cause the line between,
Wrong and right,
Is the width of a thread,
From a spider's web...
11 de julho de 2011
Cântico Negro
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio
8 de janeiro de 2011
A Segurança Destas Paralelas
A segurança destas paralelas
— a beira da varanda e o horizonte;
assim me pacifico, e é por elas
que subo lentamente cada monte.
O tempo arrefecido, e só soprado
por uma brisa tarda que do mar
torna este minuto leve aconchegado,
traz mansas as certezas de se estar.
E vêm novos nomes: são as fadas,
gigantes e anões, que são assim
alegres de o serem — parcos nadas
que enchendo de silêncios este sim
dele fazem brinquedos, madrugadas...
Agora eu estou em ti e tu em mim.
Pedro Tamen, in “Tábua das Matérias”
14 de junho de 2010
A Naifa nasceu em 2004 através da união de esforços de João Aguardela (conhecido por ser fundador e vocalista dos Sitiados, infelizmente desaparecido entre nós no ano passado) e Luis Varatojo, músicos com raízes na pop portuguesa dos anos 80 e 90, aos quais se juntou uma nova voz- Maria Antónia Mendes.
Em cinco anos de existência, A Naifa editou três discos e criou um repertório totalmente original, onde as canções, escritas a partir de textos de novos poetas portugueses, e compostas com base em referências da música de raiz portuguesa, lhe conferem uma forte identidade estética e uma presença ímpar no meio musical nacional.
Depois de um ano de luto, A Naifa voltou à luta com um livro/dvd biográfico que retrata o seu universo. A vontade de continuar a fazer música sobrepôs-se à dor da perda e uma nova Naifa nasceu no espectáculo de homenagem a João Aguardela em Novembro último no CCB. Luis Varatojo e Maria Antónia Mendes têm agora a companhia de Sandra Baptista no baixo e Samuel Palitos na bateria, para lançar de novo à terra a semente que já deu frutos.
A digressão nacional terminou a 5 de Junho com um concerto na Festa do Fado no Castelo de São Jorge, e onde A Naifa convidou a irmã da Amália - Celeste Rodrigues.
Gosto das coisas a que faltam um sentido óbvio. Como a pop e o fado a se cruzarem numa cumplicidade improvável. Como um reencontro de amigas tantos anos passados, sem um motivo concreto. Se não fosse a vontade de recordar "o nosso tempo", naquela noite de sábado, no Algarve, eu não teria sintonizado a Rádio Fóia.
Como me soube bem ouvi-los.
É esta ausência de regras rígidas que me anima.
30 de abril de 2010
Derradeira Condição
Hoje causa-lhe nervos, tristeza, insónia e indisciplina-lhe os pensamentos. Vagueia entre o desejo de o perder e o horror de naufragar sem ele. Oscila entre a idealização e a realidade, entre a felicidade sonhada de outrora, onde as suas qualidades emergiam e brilhavam em aliança, e um presente duradouro onde reina a mentira, a preguiça, o tédio e onde os dias respiram suspiros e semi-sorrisos.
E numa curiosidade mórbita, analisam-se a todo o momento, mesmo quando não querem. Observam a suas almas e não as sentem. O seus olhares contemplam sempre o que não interessa. E aí percebo que o desencontro dos seus olhares não é mais do que o pavor do reconhecimento mútuo de que ambos se amaldiçoam.
19 de abril de 2010
Uma Lua para a Madalena
- Sim filha... elas gostam de dormir agarradinhas à Lua, respondi ajoelhada.
Baloiçava os pés alternadamente e abrindo ainda mais aqueles grandes olhos castanhos com medo que um simples pestanejar a fizesse perder o momento.
Esbocei um sorriso tão doce como só o de uma mãe que espera acolher o filho para o mimar pode ser. Peguei-a ao colo.
Encostou-se a mim num abraço aconchegante e perguntou: - Assim?
Adormeceu e deitei-a na cama.
A meio da noite foi ter comigo e disse:
- Tenho saudades da mãe...
18 de abril de 2010
Super Alice (Chaves)
A Princessa do Soul tem um timbre forte e cru, enraizado no gospel e no soul vintage, mas o seu estilo musical mistura inspirações de vários géneros musicais, que aliados ao piano resultam em deliciosas combinações para os sentidos. Para além disso é uma daquelas pessoas que emana uma luz própria, e cuja presença fervilha de vibrações positivas e boa energia.
Não quero perder a oportunidade de estar presente como um "Element of Freedom" na próxima actuação em Lisboa. A primeira parte do concerto conta com a presença de Melanie Fiona (autora do potente It Kills Me), a outra jeitosa do R&B, nomeada para a mesma categoria dos Grammy que viria a galardoar a Beyonce com o Put A Ring On It.
O dueto com Miss Beyonce faz de "Put It In a Love Song" qualquer coisa de bombástico, uma mistura explosiva de talento e beleza, ainda mais com um video cujo pano de fundo é só a minha cidade de eleição.
Porém... é a tocar com o coração na ponta dos dedos e o sentimento na voz, que eu a gosto de ouvir. Assim:
Para quem ainda tinha dúvidas...
http://www.ticketline.pt/
Foi lá que comprei 2 bilhetes.
13 de abril de 2010
Beija-me
Dizem que não se esquece o primeiro beijo. A lembrança que tenho do meu primeiro beijo é absolutamente insípida. Deveria ter sido algo memorável mas não consigo precisar a ocasião, a pessoa, nem o beijo em si. Tal deve ter sido a importância que lhe atribuí! Mas isso não invalida que tenha experimentado vários tipos de beijos ao longo da minha vida. Por isso tenho noção do que gosto e do que não gosto que me façam durante o beijo. Quem não gosta de uma boca hidratada, dentes lavados e hálito fresco? Depois, qualquer que seja o grau de excitação, a suavidade e a sensualidade são princípios que devem estar sempre em mente (em vez da fórmula de desentupir canos ou arear panelas).
Não creio que exista propriamente uma fórmula para um bom beijo. Por isso há até quem considere o acto de beijar uma arte. Porém, num beijo mais íntimo, não há nada mais sensual do que o toque de línguas descontraídas com suavidade (e não jantar na boca do outro), alternando os tipos de beijos, (sem fazer braço de ferro dentro das bocas), misturando carícias com gestos carinhosos, explorando e interpretando lentamente todos os sinais emitidos (sejam eles quais for), para que se possam adaptar.
O Kamasutra reconhece o poder do beijo para expressar sentimentos e emoções, como forma de comunicação numa relação. Descreve 30 tipos de beijos diferentes e as ocasiões em que devem ser usados.
O beijo perfeito é portanto altamente subjectivo, não é frio, nem técnico, nem científico. É o reflexo do que sentimos, aquele que é desejado e dado com verdadeiro sentimento.
O Dia do Beijo é um excelente pretexto para pedir que nos beijem assim. Por isso... calem a boca e beijem logo.
E se nada disto resultar... experimentem simplesmente amar.
1 de abril de 2010
Anaïs Nin
Anaïs Nin de Romane Serda & Renaud
O amor nunca morre de morte natural.
Ele morre porque nós não sabemos como renovar a sua fonte.
Morre de cegueira e dos erros e das traições.
Morre de doença e das feridas;
morre de exaustão, das devastações, da falta de brilho.
9 de dezembro de 2009
Bate-bate coração
Habituara-se com o tempo àquelas provocações intermitentes, às suas palavras agridoces, aos seus olhares quentes e gestos frios, que ao longo dos anos nunca conseguiu compreender nem explicar, mas que naquele dia não se predispôs a interrogar, como se adivinhasse qualquer coisa de diferente.
Num impulso, ela levantou-se, levou a mala ao ombro e olhou à sua volta enquanto compunha o cabelo. A falsa serenidade que demonstrava o seu olhar saltitante fez-lhe de súbito perder a fome. Surpreendido pelo gesto acendeu um cigarro e depois ficou imóvel. Permaneceu sentado e calado, pousou as mãos sobre os braços da cadeira, num gesto hesitante, até que os olhares se cruzaram.
- Então, vamos!?, disse numa vaga interrogação enquanto se distraía a revoltar o interior da mala, numa ânsia de encontrar nela a coragem que lhe faltava para entrar na porta imediatamente ao lado.
Ela não lhe disse, ele nunca soube, mas naquela tarde solarenga acelerou-se-lhe o coração de tanto lutar pela purgação emocional.
Catarse Emocional www.fourhandsphoto.com
16 de novembro de 2009
Puxado a Vento
Apetecia-me ouvir isto. Alto. Muito alto. Tão alto que o volume do carro, estando no máximo, seria fraco para sentir a batida do ritmo em todos os meus órgãos. Fecho a janela para guardar em mim cada acorde. Nesse momento só me apetece levantar vôo. E por mais que acelere, a velocidade não acompanha a intensidade do compasso a penetrar-me a pele.
27 de outubro de 2009
9 de outubro de 2009
Zela, por mim
21 de julho de 2009
Sentidos
O olfato é um dos sentidos mais interessante do meu corpo. Graças a ele sou capaz de fazer uma espécie de arquivo associativo. Essa espécie de registo é capaz de me levar às mais variadas lembranças. Aquele bálsamo da sombra das figueiras ao chegar à Prainha, o cheirinho único dos meus filhos à nascença, a fragância do ar e da terra nas primeiras chuvas, o odor que as linhas férreas exalam após a passagem do combóio, o aroma de uma comida ou algum perfume que ficou gravado na minha mente, são verdadeiras tatuagens no meu espírito. Tratam-se de verdadeiras marcas e, sempre que as sinto, fazem-me mergulhar num mar de lembranças, trazendo recordações de pessoas ou de momentos, sejam eles bons ou maus.
Depois há o nosso próprio perfume, os odores corporais de cada um, um cheiro que só a nós pertence, distinto e único, que não se repete em mais ninguém, e que vai muito além de uma sociedade "desodorizada". Recorremos, no entanto, a produtos de higiene que transformem os nossos (maus) cheiros em sensações agradáveis. O ritual matinal de me perfumar após o banho, na medida proporção do meu gosto - nem em falta, nem em demasia - assume uma magia inexplicável.
Traduzir para imagens uma série de sensações olfactivas (e não só), e conseguir manter toda a sensualidade resultante desse segredo lendário -perfume- num pequeno filme publicitário, só poderia ser feito por alguém que conhece bem a sétima arte.
Coração Feliz
Acredito ter encontrado as essências que se colam perfeitamente à minha pele, que combinam com a minha personalidade, elevando o meu aroma natural. Celebro essa química como se de uma verdadeira cerimónia se tratasse. É a liturgia do amor-próprio olfactivo, ou não fosse o Happy Heart o meu perfume perfeito. Mas é muito uma questão de pele. É aqui que entra o tacto.
Muitas vezes enaltecido por uma l'eau de parfum, um ser perfumado toca, apesar de tudo, todas as coisas com os seus dedos de energia. A luz que emanam gera reacções primitivas e não racionais de atracção ou repulsa. É uma questão de pele. Ao seu lado, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atracção que nos move não passa só pelo corpo, corre nas veias.
Acredito que há almas perfumadas. O meu filho é a prova disso. Cheira a sol de manhã, a flores quando ri e a céu estrelado quando, à noite, se vem deitar comigo. Ao seu lado, saboreio a delícia do toque suave que sopra no meu coração a sua presença. Os sentimentos que aquelas mãozinhas tranportam, no tactear da cama em busca do meu corpo, também têm cheiro. Esse toque encerra em si um silêncio, apenas quebrado quando encontra o meu peito.
Ama-se pelo cheiro, pelo toque da pele, pelo tom de voz, pelo olhar inquietante, pelo gosto do beijo, pela paz que o outro nos dá, ou pelo tormento que nos provoca. Amo justamente pelo que o amor tem de indefinível.
10 de julho de 2009
sinto, logo... Vivo!
O esvaziar de objectivos claros e concretos, faz-me sentir meio perdida. Estagnada face aos caminhos, desmotivada quanto a rumos futuros. Cresci estabelecendo metas, contornando obstáculos e imprevistos que, quero acreditar, pudessem levar-me à felicidade. E quando dei conta, sentia uma espécie de vazio, de acomodação ao que conseguira alcançar, de cansaço, de ingratidão. Como se tudo dependesse do meu brilhante desempenho. Será nisto que a psicoterapia -de que a Dra. Margarida falava- poderia fazer algo por mim? O que quereria ela dizer com "há aí muita pedra para partir"?...
Naquele dia, não percebi o alcance daquelas duras palavras. Dentro de mim, sentia porém a vida a pulsar noutro tempo, noutro lugar. Fiquei com a sensação de caminhar sem bússola. Era a Sissi que queria ser médica, artista, pintora, cantora... Visualizei tudo aquilo que queria ter sido e não fui. Apeteceu-me permanecer em off durante tempo indeterminado. Precisei de me reprogramar. Há coisas que preciso de desculpar em mim e aceitar ser desculpada.
Dei por mim a pensar: o sentido da vida é redescobrir o prazer de viver. Nunca porei termo ao eterno desassossego da alma. Se é isso que me faz feliz. Mudar de vida porquê? E no entanto, adormeço com tanto medo.
17 de junho de 2009
À pesca de um Santo
Outra Gaivota
Reparo agora que nunca procurei entender a dimensão dessas festas. Já em Lisboa, nunca as celebrei, certamente mais rendida ao snobismo do que propriamente por coincidir com a época de exames universitários mais exigente.
Hoje já não cedo à tentação do preconceito de "não gostar de certas coisas". Sardinhas, caracóis, fado, arraiais e bailaricos? Sempre gostei!
No próximo ano, deixarei de me sentir nostálgica face ao que não vivi. Como qualquer alfacinha, partirei numa algazarra colorida, em busca do meu santo. Até lá, vou ouvindo o pipilar desta gaivota.
27 de abril de 2009
À espera
O corpo não me tem pedido para escrever. À noite, quando o silêncio finalmente se instala, deixo-me envolver pelo cansaço, fecho os olhos e adormeço. E aí fico, dentro do frio que me envolve por dentro, encolhida e frágil à espera que chegue o momento. Chegará o instante, pensava eu...
20 de abril de 2009
Amor numa gaiola
Há pássaros que querem levantar voo, e não conseguem. Não estão presos, o céu está livre, nada os impede de voar. Mas ficam parados, como se não tivessem asas, ou a terra os hipnotizasse. Não precisam de gaiola; podemos abrir portas e janelas: o seu lugar é onde estão, e hão-de ficar.
Mas os dedos que tocam o seu corpo frágil sentem uma hesitação; e os olhos que os fixam adivinham o desejo de se libertarem. Porém, estão imóveis. São os pássaros que não conhecem Outono nem Inverno, os que não sabem para que lado fica o horizonte, os que nunca roçaram o dorso das nuvens.
Tenho estes pássaros na cabeça; e mesmo quando lhes abro o campo do poema, não saem de dentro de mim, ensinando-me o seu canto. Hoje, como naquele tempo, continuo a não entender. E mais prisioneira me torno. Como pode o amor trair o amor? Engaiolei-me nessas grades invisíveis, numa espécie de sintonia de equilíbrio, desiquilibrado.
17 de abril de 2009
Physalis
No Brasil o Physalis é utilizado como tira-gosto em degustações de vinho. Mas o alto teor de vitaminas A, C ferro e fósforo conferem-lhe propriedades medicinais importantes como purificar o sangue e fortalecer o sistema imunológico. Chamam-lhe camapum, joá-de-capote, saco-de-bode, bucho-de-rã, bate-testa e mata-fome. Mas mesmo assim, é impossível resistir-lhe.
Eu chamar-lhe-ía fruto da paixão.
O Fartura
Nos desacatos com a avó, soltava para o ar uns "Tal tá a porra, heim!?" e outros "Ah, fado dum cabrão!" enquanto descascávamos favas, partíamos amêndoas, britávamos azeitonas , ou depenávamos passarinhos. Mas tinha um coração enorme e, apesar de não ser do género de andar sempre aos beijinhos, tinha no olhar um brilho indescritível quando nos presenteava. Os presentes que recordo com maior carinho são uns patins, (devia eu ter uns três anos) e o órgão que orgulhosamente me ouvia tocar no "Faducho".
16 de abril de 2009
15 de abril de 2009
Palavras para quê!
A mim leva-me sempre às minhas origens, aos encantos dos recantos da terra onde nasci, e que avisto da "ponte nova" com uma vaidade crescente cada vez que lá vou.
Mas depois, cada vez que regresso a Lisboa me sinto mais entregue à grande cidade. Como se também aqui tivesse criado raízes, já que aqui tenho vivido.
E tenho medo de já não saber onde pertenço. Fico meio perdida no meio dos meus sentimentos. Em silêncio.
Vida, leva eu...
Gosto disto de se puder usar tudo. Não tenho um estilo definido. Sou assim com tudo. Gosto de escolher o que me apetece, o que melhor combina com o meu estado de espírito. Sabe-me a liberdade. De vez em quando tenho vontade de não ceder à tentação de fazer o que realmente desejo num determinado momento.
5 de abril de 2009
In Love with...
3 de abril de 2009
Sapatos
Ali pode ler-se por exemplo, que os meus brinquedos favoritos ainda antes do primeiro ano de vida eram: sapatos e a caixa de ferramentas. Não sei explicar a origem de tal preferência, mas se é verdade que com o passar dos anos as "ferramentas" foram dando lugar a acessórios da mais variada índole (culinários, de limpeza, de moda, beleza, médicos, terapêuticos) já o mesmo não se pode dizer relativamente aos sapatos. Essa paixão permanece e está para durar.
Não me considero uma fashion victim, uma esbanjadora ou uma consumista nata, mas a verdade é que sou capaz de resistir a tudo em termos de moda excepto a um par de sapatos que me encha as medidas. Sou uma observadora particularmente atenta ao tipo de calçado que as pessoas usam, e acredito que ele revela muito do carácter e personalidade de cada um.
No topo das minhas preferências estão: botas e sandálias. Elas assumem o meu elo de ligação à esfera terrestre, o principal ponto de contacto com o solo e, nunca é demais relembrar que apesar de tudo, bem ou mal, também os meus pés assentam no chão! De salto alto, bem alto de preferência, a cabeça fica ainda mais perto das nuvens, e assumo aqueles centímetros que a natureza teimou não me dar, como se da minha própria medida se tratasse. Não que seja baixa para a média, mas confesso, queria tanto ter crescido só mais 5 cm!
30 de março de 2009
E o que é que para mim é fácil?
No regresso pela marginal dei comigo a pensar que a inspiração surge de forma natural, atendendo às coisas simples do quotidiano. E daquele silêncio apenas retive uma ideia. Há coisas que vão mudando com o passar do tempo, com a idade, com a vida. Outras permanecem.
Não consigo deixar de ficar atenta a quem na mesa rejeita a opção de beber o café com açucar. Institivamente faço a recolha dos pacotinhos inutilizados para dentro do meu saco. Assim não tenho de ouvir o meu pai a reclamar do tamanho do açucareiro.
Ah!... e a minha cor preferida continua a ser o rosa. Não um rosa qualquer, mas "aquele rosa". Vêem o que para mim é fácil?